segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Cicatriz

Cicatriz

s.f. Marca deixada no corpo por um ferimento.
Fig. Impressão duradoura deixada por uma ofensa, ingratidão, desgraça.
Quem nunca sofreu um único ferimento sequer que lhe tenha deixado uma marca?

Eu posso lhe dizer, marcas, eu tenho muitas.

Segundo uma filósofa que passou por minha vida, após uma análise, pode ela concluir com a seguinte expressão: "Nossa Sara, você é toda retalhada."
É isso que dá convivência de mulheres... sempre rola uma observaçãozinha aqui outra ali. Mas essa foi das mais verdadeiras que já ouvi.

Sim sou toda retalhada. Trago no meu corpo marcas de uma infância bem vivida. Subir em árvoes, cair de bicicleta, e outras peripécias que só a Sara tem criatividade pra viver.
Nada como simplismente viver.

Recentemente percebi que elas vão se estreitando, afinando, e algumas quase some.

Acredita que tive medo?

Gosto de minhas cicatrizes. Elas contam minha história. Quando tiver velhinha, se elas ainda estiverem aqui, vou poder contar os causos de cada uma delas. Sei no mínimo detalhe como cada uma tornou-se parte de mim.

Mas tem marcas que não estão visíveis a olhos humanos. Precisa-se de mais que enxergar a anatomia do corpo humano.
Ver o interior, enxergar a alma, é mérito de poucos.

Talvez ningúem nunca me veja assim. Mas trago no meu peito cicatizes, marcas que moldaram que hoje sou, e a cada dia me modifica a partir de novas marcar. O ser humano tem essa facilidade de machucar e de se deixar macucar.

Hoje, me tornei mulher. Já não sou aquela menina que saiu de minas a 6 anos. Cheia de sonhos, fantasias.
Costumo dizer que sonhava com a São Paulo que a Globo mostra, e me deparei com a SP retratada pela Record.
Mas me adaptei, assim como um camaleão.

Sobreviver nesta selva me custou cicatrizes, mas também me rendeu vários amigos.

Ainda tenh muito a viver, caminhos a percorrer... e quem sabe quantas cicatrizes mais virão...

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Ficou curiosa(o) sobre as histórias de minhas cicatrizes? Quem sabe um dia não te conto...

Hoje conto sobre a única de que não me lembro.

Hoje quase imperceptível, essa marca em minha testa é uma das primeiras ... é tipo o abre alas pras milhões que viriam depois. 
Segundo a minha mãe, dei de cara com a quina da parede. Era tanto sangue... e eu sobrevivi!

E você, tem marcas que contam histórias?

Um comentário:

  1. Tenho uma cicatriz na sobrancelha, uma queda com 4 anos, e já me perguntaram várias vezes se a marca foi deixada por um pirceng, rs.
    Em 2012 ganhei duas novas, da biopsia e do cateter, cicatrizes programadas e pagas pelo plano de saúde, elas contam minha história contra o linfoma.

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